segunda-feira, 16 de março de 2009
Vídeos sobre ergonomia
domingo, 15 de março de 2009
Sinalização de Segurança
SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
No interior e exterior das instalações da Empresa , devem existir formas de
Com este objectivo , existe um conjunto de símbolos e sinais especificamente
Sinais de Perigo
Indicam situações de risco potencial de acordo com o pictograma inserido no
Têm forma triangular, o contorno e o pictograma a preto e o fundo amarelo.
Sinais de Proibição
Indicam comportamentos proibidos de acordo com o pictograma inserido no
Sinais de Obrigação
Indicam comportamentos obrigatórios de acordo com o pictograma inserido
Fornecem informações de salvamento de acordo com o pictograma inserido
(clique nas imagens para ampliar)
Lombalgias
Ainda que seja difícil identificar o sector profissional que apresenta o maior risco de sofrer de dores nas costas, é quase certo que o sector dos Cuidados de Saúde se encontra na dianteira. Dadas as consequências sociais e financeiras provocadas pelas lesões dorsais, é essencial
a sua prevenção. Compreendendo bem esta situação, o legislador europeu impôs a sua aplicação através de uma Directiva. A Comissão Europeia decidiu agir mais activamente organizando uma campanha europeia de comunicação e inspecção orientada para os sectores dos Transportes e dos Cuidados de Saúde. O presente texto é dedicado à prevenção dos problemas na região dorsal no sector dos Cuidados de Saúde. Boa leitura e ... lembre-se de "aliviar a carga"… !
Entende-se por "movimentação manual das cargas" qualquer operação de transporte ou de sustentação de uma carga, por um ou mais trabalhadores.
1- Alguns números
Inúmeros estudos estimam que 60 a 90% das pessoas sofrerão de lombalgias num ou noutro momento da sua vida. As movimentações manuais de cargas comportam inúmeros riscos, nomeadamente ao nível dorso-lombar.
As lesões musculo-esqueléticas ocupam efectivamente um lugar demasiado importante na Europa no que diz respeito a queixas associadas ao trabalho. Os resultados do Terceiro Inquérito
Europeu sobre as condições de trabalho, realizado em 2000, permitem afirmar que 33% dos trabalhadores europeus (Europa dos 15) sofre de problemas dorsais. O sector dos Cuidados de Saúde é um dos mais visados:
o inquérito europeu revela que 32,5% dos trabalhadores activos neste sector apresentam afecções na coluna vertebral.
2 - Factores de risco
Uma movimentação pode comportar um risco de lesão dorso-lombar, quando:
a carga é:
- demasiado pesada
- demasiado grande
- difícil de pegar
- situada a uma grande distância do corpo
- agarrada mediante uma flexão ou torção do tronco
o esforço requerido:
- é demasiado grande
- exige uma torção do corpo
- desequilibra a carga
- exige uma posição instável
o ambiente de trabalho é inadequado:
- pela natureza do pavimento irregular ou escorregadio
- pelo espaço livre insuficiente
- pelas condições climáticas desfavoráveis
a operação comporta outras exigências como:
- esforços prolongados com repouso insuficiente
- distâncias de transporte demasiado longas
- uma cadência demasiado elevada
De acordo com a Directiva 90/269/CEE, a entidade patronal deve evitar a movimentação manual das cargas pelos trabalhadores (art. 4º). Sempre que é impossível evitar a movimentação, convém:
- avaliar o trabalho (art. 4º e 5º);
- reduzir os riscos (art. 4º);
- adaptar o posto de trabalho (art. 4º);
- informar, formar e consultar o trabalhador (art. 6º e 7º);
- organizar um exame médico regular (art. 4º)
3 - Consequências sociais e financeiras
4 - O que pode provocar lombalgias?
Muitas vezes, é difícil definir a origem das lombalgias uma vez que as suas causas são geralmente múltiplas. É por esta razão que falamos de "factores de risco".
Estes factores de risco distribuem-se em três categorias:
• Factores individuais:
- idade, sexo, corpulência, tabagismo, sedentarismo,…
• Factores de penalização física no trabalho
- transporte e movimentação manual de cargas;
- movimentos frequentes de inclinação e de torção (nomeadamente do tronco);
- posições estáticas e/ou prolongadas;
- vibrações do corpo inteiro.
• Factores psicossociais e organizacionais
- constrangimentos de tempo, organização do trabalho, falta de autonomia, de entreajuda, de cooperação, de reconhecimento e insatisfação no trabalho
5 - As causas das lombalgias
Eis agora alguns exemplos, retirados da prática quotidiana do profissional de saúde, que constituem factores de riscos para a coluna vertebral.
A. A repetição ou manutenção prolongada de determinadas posições
e movimentações
A posição em pé, vertical, é a posição de referência: É nesta posição que as pressões e as tensões ao nível do disco e dos ligamentos são mais fracas e mais equilibradas.
Os gestos e as posições ilustradas abaixo são potencialmente perigosos para a coluna vertebral – e, em particular, para os últimos discos lombares – quando frequentemente repetidos ou mantidos durante muito tempo.
a. Inclinar-se para a frente (coluna arredondada)
A repetição excessiva destes movimentos pode provocar lesões nos ligamentos e nos discos.
b. Virar-se para o lado inclinando-se para a frente
Esta posição é de longe a mais nociva para a coluna vertebral.
c. Segurar a carga esticando-se fortemente para trás
d. Permanecer muito tempo de joelhos ou agachado
Este gesto não só é perigoso para as articulações, mas também cansativo para a musculatura e o coração. Embora a flexão dos joelhos seja necessária para pegar numa carga no solo, esta flexão não deve ultrapassar um ângulo de 90°.
e. Permanecer muito tempo sentado numa cadeira
A manutenção da posição sentada constitui um obstáculo à nutrição do disco.
B - Riscos associados à movimentação de cargas
1. As características da carga
O peso da carga é o factor mais frequentemente sentido como um constrangimento importante. O peso máximo, e quando levantado numa boa posição e pavimento nivelado, é de 25kg para um homem e de 15kg para uma mulher.
A tarefa é ainda complicada por outras características:
2. A distância para pegar numa carga
O transporte de uma carga ou de um paciente aumenta certamente a pressão sofrida pelo disco intervertebral. A tensão sobre a parte inferior da coluna vertebral depende da distância à qual a carga é agarrada. É o princípio do "braço de alavanca": quanto maior a distância a que se
agarra a carga ou quanto mais inclinado para a frente for o tronco, maior é a elevação do braço da alavanca e a pressão a exercer.
C. Falta de actividade física
Uma vez que a nutrição dos discos intervertebrais se encontra associada às mudanças de posição (efeito esponja), o movimento desempenha um papel essencial na manutenção de uma coluna
vertebral saudável. Além disso, uma boa condição física (musculatura tónica e flexível) facilita a adopção de movimentos que protegem a coluna vertebral.
D. O stress
A relação entre o stress e a afecção dorsal é frequentemente descrita pelos trabalhadores. "Tenho dores nas costas porque há algumas semanas que me sinto tenso e enervado". Os estudos científicos mencionam igualmente que o risco de sofrer de dores crónicas nas costas aumenta fortemente quando se é confrontado regularmente com situações de stress, nomeadamente quando se está insatisfeito com o trabalho.
As repercussões do stress sobre o corpo e a mente são inúmeras.
Entre elas, encontram-se nomeadamente as tensões musculares.
Este estado de contracção pode estar presente ao nível dos músculos das costas e assim aumentar a pressão sobre os discos intervertebrais, o que pode ter um efeito negativo sobre os mesmos.
6 - Implementação de uma política de prevenção
A implementação de uma política de prevenção das lombalgias pode ser dividida em três etapas principais: analisar os riscos, procurar as soluções e aplicar as medidas de prevenção que foram estabelecidas.
Identificados os riscos, é necessário agir. Como? Eliminando-os ou reduzindo-os. A prioridade é sempre dada às acções que permitem eliminar os riscos.
Eis um quadro síntese das medidas de prevenção possíveis
- Eliminação do risco
A movimentação de pessoas em ambientes hospitalares dificulta esta implementação. Para além disso, é imperativo ter em consideração a dignidade dos pacientes.
Inúmeras transferências de pacientes (cama inclinável, cama-maca, cama-banheira, ...) constituem factores de risco para a coluna vertebral, nomeadamente devido ao peso dos pacientes, das posições adoptadas, etc. Estas movimentações manuais de risco podem ser
evitadas utilizando um elevador ou calhas de transferência.
- Redução do risco
As ajudas técnicas tais como camas reguláveis em altura, pranchas de transferência, carrinhos, aliviam a operação de movimentação. Elas permitem reduzir – e inclusive eliminar – os riscos associados à movimentação.
(1) Adaptar em altura
- Camas e banheiras reguláveis em altura
Estes aparelhos ajudam a evitar posições de risco para a coluna vertebral dos profissionais, nomeadamente as flexões anteriores do tronco. Eles facilitam igualmente as movimentações aquando da transferência dos pacientes.
- Adaptação em altura do plano de trabalho em função da actividade
Para evitar as posições de risco para a coluna vertebral, tais como a flexão anterior e a flexão/rotação do tronco, é necessário adaptar a altura do plano de trabalho ao tipo de trabalho efectuado.
(2) Facilitar as movimentações dos pacientes
A maior parte das dores dorsais no sector dos cuidados de saúde ocorre quando o profissional de saúde sustem ou levanta um paciente para o transferir de um lugar para o outro (cama-cama, cama-cadeira,…).
Inúmeras ajudas técnicas permitem facilitar a deslocação e, portanto, diminuir os constrangimentos ao nível da coluna vertebral. Eis alguns exemplos:
- Estruturas de transferência
Estas estruturas em tecido sólido, com coeficiente de fricção baixo, permitem a elevação, a transladação ou o simples reposicionamento do paciente acamado fazendo-o deslizar em vez de o levantar.
- Pranchas de transferência
Estas pranchas, envoltas em tecido ou fabricadas em material deslizante, permitem as transferências do paciente de uma cama para outra, de uma cama para uma cadeira de braços ou para uma cadeira de rodas através de deslizamento e não de elevação.
- Carrinhos de transferência
Tais ajudas técnicas ajudam no levantamento e ou na transferência do paciente facilitando a sua autonomia ao máximo.
- Disco giratório
A transferência de uma cama para uma cadeira de rodas exige frequentemente muito esforço por parte do paciente. Este tipo de instrumento facilita a deslocação da pessoa respeitando as suas capacidades físicas e reduzindo o esforço para a suportar.
Existem discos do mesmo tipo para facilitar a entrada ou a saída de um veículo
(3) Facilitar a acessibilidade
- Trepadores de escada para cadeira de rodas
Fora do meio hospitalar, a acessibilidade aos andares frequentemente não é possível senão pelas escada e isto porque os elevadores são demasiado estreitos. Os trepadores de escada permitem às cadeiras de rodas aceder às escadas.
- Cadeiras de braços reguláveis
O acesso à cadeira de braços é muitas vezes obstruído pela presença de apoios de braços
que obrigam o pessoal auxiliar a efectuar movimentações manuais inadaptadas. Uma
cadeira de braços equipada com apoios que podem abaixar facilita nomeadamente a utilização
da prancha de transferência.
(4) Melhoria do armazenamento de cargas
Uma distribuição equilibrada das cargas nas zonas de armazenagem evita excessos de carga da coluna e facilita o acesso às áreas de arrumação.
b. Medidas organizacionais
Programação do trabalho, alternância das actividades e melhor distribuição das tarefas constituem medidas de organização do trabalho que permitem reduzir os riscos.
A planificação do trabalho, na perspectiva da "ergonomia", compreende, entre outros, a adaptação do mobiliário, do material e da organização do trabalho. Evidentemente, estas adaptações nem sempre são fáceis de realizar. No apoio domiciliário, por exemplo, as condições de trabalho dos profissionais dependem largamente do que já existe na habitação e da vontade e/ou das capacidades financeiras dos beneficiários.
Por esta razão é importante não negligenciar o seu corpo e aprender os gestos e posições que respeitam a coluna vertebral.
A entidade patronal pode, igualmente, permitir aos trabalhadores praticar exercício físico no local de trabalho ou encorajá-los a fazer desporto fora do meio profissional (participando nas despesas de actividades desportivas, etc.). Do mesmo modo, pode estimular os trabalhadores a
utilizar a bicicleta ou a optar por caminhar até ao local de trabalho.